O endividamento dos países
chegou a um patamar recorde, puxado pela China, e supera amplamente os níveis
de 2009, pouco depois da quebra do banco Lehman Brothers, o que representa um
risco para a economia mundial, advertiu nesta quarta-feira (18) o Fundo
Monetário Internacional (FMI).
"Não há espaço para a complacência", afirmou
Vitor Gaspar, diretor de assuntos orçamentários do FMI antes das reuniões
semestrais do Fundo e do Banco Mundial. De acordo com o documento, o conjunto
da dívida atingiu US$ 1,64 trilhão em 2016 e representa 225% do PIB mundial.
"O mundo se encontra
12% mais endividado que durante o recorde precedente, em 2009", lamenta o
FMI, que atribui o aumento sobretudo a China, que representa 47% do crescimento
da dívida desde 2007. O endividamento deve prosseguir após a aprovação nos
Estados Unidos de uma reforma fiscal que provocará um crescimento do déficit
orçamentário em US$ 1 trilhão nos próximos três anos, elevando a dívida do país
a 116% do PIB até 2023.
Nos países desenvolvidos, a
dívida está em 105% de seu PIB, o nível mais elevado desde o fim da Segunda
Guerra Mundial, e nos países emergentes alcança 50%, uma proporção inédita
desde a crise da dívida dos anos 1980, que atingiu duramente as economias em
desenvolvimento.
"A experiência demonstra que os governos com mais
sucesso são aqueles que se preparam logo que surgem nuvens no horizonte",
disse Gaspar, antes de pedir aos Estados que adotem medidas para evitar problemas
em caso de crise. Um endividamento e déficit importantes reduzem as capacidades
dos governos de responder com políticas orçamentárias que reforcem a economia
em caso de recessão", destacou o FMI.
Os países emergentes
poderiam ser as primeiras vítimas: "O endividamento se encontra em um
nível muito elevado no mundo inteiro e geralmente a dívida acontece em
dólares", recordou o economista chefe do FMI, Maurice Obstfeld, na
terça-feira. Nestas condições, caso os Estados Unidos aumentem de maneira mais
rápida que o previsto as taxas de juros, os países emergentes sofreriam as
consequências.
Via:
G1
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